A força feminina da política

A luta pelo voto feminino no Brasil e a importância da representatividade
na política

O direito ao voto feminino no Brasil foi uma das mais importantes conquistas na luta pela igualdade de gênero. Ele foi reconhecido em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, e posteriormente incorporado à Constituição de 1934. Entretanto, naquele momento, o voto das mulheres ainda era facultativo, diferentemente dos homens, para os quais o voto já era obrigatório. Apenas em 1965 o voto feminino tornou-se, de fato, obrigatório, marcando um passo importante para a equiparação de direitos entre homens e mulheres no país.

Registro do primeiro voto feminino no Brasil

Essa conquista foi resultado de décadas de mobilização de mulheres que, inspiradas pelos movimentos feministas em outros países, como Estados Unidos e Inglaterra, começaram a reivindicar seu direito à participação política. Nomes como Bertha Lutz, uma das líderes da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, foram essenciais para pressionar o governo e a sociedade da época a reconhecerem o direito ao voto feminino. Bertha, junto a outras ativistas, articulou campanhas e debates que colocaram a igualdade de direitos no centro das discussões políticas.

Mas o direito ao voto foi apenas o primeiro passo de uma longa caminhada. A partir dessa conquista, as mulheres começaram a ocupar mais espaços na política, ainda que de forma tímida. As primeiras candidaturas femininas surgiram logo após a permissão do voto, mas a representatividade continuou sendo um desafio. A sub-representação feminina em cargos políticos, especialmente em posições de liderança, continua a ser uma realidade até os dias de hoje.

Bertha Lutz, uma das líderes da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino

Ao longo das décadas seguintes, as mulheres foram gradualmente conquistando mais direitos e visibilidade. Na década de 1970, o movimento feminista no Brasil ganhou força, reivindicando não apenas direitos políticos, mas também direitos trabalhistas, como a igualdade salarial e a licença maternidade, além de direitos civis, como a criminalização da violência doméstica. A Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, foi um marco importante nessa luta, reconhecendo e punindo a violência contra a mulher de forma mais severa.

Na política, apesar de ainda haver uma disparidade significativa, tivemos avanços notáveis. Hoje, vemos cada vez mais mulheres se destacando como prefeitas, deputadas, senadoras e governadoras, mas ainda estamos longe de uma paridade.

Protesto de mulheres pelos direitos feminino no Brasil

Essas conquistas são fruto de uma luta contínua por direitos e igualdade. Ainda assim, as mulheres enfrentam inúmeros desafios, como o preconceito de gênero, a dupla jornada de trabalho e a violência, que impactam suas vidas cotidianas e sua participação plena na sociedade. A luta pelo direito ao voto foi o começo de uma transformação social mais ampla, que busca garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens.

O papel das mulheres na política e na sociedade tem evoluído, mas a caminhada ainda não terminou. A ampliação da representatividade feminina nos espaços de poder é essencial para que suas demandas sejam plenamente atendidas e para que possamos construir uma sociedade mais justa e igualitária. O direito ao voto foi um marco que deu início a essa transformação, mas cabe a nós, enquanto sociedade, continuar avançando para garantir que os direitos conquistados sejam sempre respeitados e ampliados.

Por isso, idealizamos o projeto Mulheres na Política, um movimento dedicado a fortalecer a participação feminina no debate público e a promover a inserção das mulheres na política de forma efetiva e transformadora. A iniciativa nasceu da convicção de que a presença de mulheres nas esferas de poder não é apenas necessária, mas essencial para a construção de uma sociedade mais inclusiva, justa e representativa.

Quando fui eleita vereadora pela primeira vez, em 2012, em Guapimirim, percebi de perto o impacto que o olhar feminino pode ter na gestão pública. A sensibilidade das mulheres ao lidar com as questões sociais, saúde, educação e desenvolvimento comunitário trouxe novas perspectivas para os desafios da cidade. Foi uma experiência que me mostrou, com clareza, que a diversidade de vozes e a presença ativa das mulheres podem gerar soluções mais abrangentes e humanas, focadas nas reais necessidades da população.

 
Momento de muita alegria: reeleição de prefeita de Guapimirim

Hoje, reeleita prefeita de Guapimirim, minha missão vai além da gestão de políticas públicas. Quero inspirar e capacitar cada vez mais mulheres para que assumam papéis de liderança, ocupem cargos eletivos e façam a diferença em suas comunidades. Acredito que, quando mais mulheres participam da política, toda a sociedade se beneficia, pois trazemos uma visão colaborativa, empática e prática, fundamental para resolver os problemas cotidianos das nossas cidades. O Mulheres na Política é um chamado para que as mulheres percebam seu potencial transformador, e que juntas, possamos reescrever a história da política no Brasil, colocando as demandas das mulheres no centro do debate e criando um futuro onde a igualdade de gênero seja a base de todas as decisões.

A cada eleição, as mulheres reafirmam seu lugar na história, mostrando que seu papel na política é vital para a construção de um Brasil mais democrático, plural e inclusivo. A luta continua, e é por meio da participação ativa, tanto nas urnas quanto nas discussões políticas, que as mulheres podem garantir que suas vozes sejam ouvidas e que suas conquistas sejam mantidas e ampliadas.

Mande suas sugestões e acompanhe as notícias da prefeita Marina Rocha

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